Em pacientes idosos, alterações no exame de urina são comuns e podem indicar infecções, desidratação ou doenças renais. Saber interpretar os resultados corretamente é essencial para evitar diagnósticos equivocados e garantir o tratamento adequado. Entenda mais sobre esse assunto!
O exame de urina é um recurso simples e eficaz para avaliar a saúde urinária e renal dos pacientes idosos.

Alterações nos resultados são frequentes nessa faixa etária, seja por conta de infecções, uso de medicamentos ou doenças crônicas que afetam os rins e o trato urinário.
Em idosos, especialmente, é comum encontrar infecção urinária assintomática, o que exige cuidado na interpretação dos achados para evitar tratamentos desnecessários ou atrasar diagnósticos importantes.
Neste artigo, abordaremos como identificar infecções urinárias silenciosas, o que significa a presença de sangue ou proteínas na urina e quando é necessário investigar mais a fundo os resultados. Leia até o final e saiba mais!
Infecção urinária assintomática: quando tratar ou apenas observar
Infecção urinária assintomática é uma condição comum em idosos, especialmente entre mulheres e pessoas institucionalizadas.
Nesse caso, há presença de bactérias na urina, mas o paciente não apresenta sintomas típicos como ardência, febre ou urgência urinária.
As principais características dessa condição incluem:
- Bacteriúria confirmada sem sinais clínicos de infecção
- Leucócitos ou nitritos positivos no exame de urina
- Ausência de dor, febre, alterações urinárias ou queda do estado geral
O tratamento dessa condição nem sempre é necessário. Na maioria dos casos, não se recomenda o uso de antibióticos, pois isso pode favorecer resistência bacteriana e efeitos colaterais desnecessários.
A exceção ocorre em pacientes imunossuprimidos, gestantes ou que serão submetidos a procedimentos urológicos.
A decisão de tratar ou apenas observar deve ser individualizada, considerando o estado geral do paciente, comorbidades e risco de evolução para infecção urinária sintomática.
É fundamental realizar acompanhamento clínico regular e reavaliar caso surjam sintomas posteriormente.
Hematúria: presença de sangue na urina e seus significados
A hematúria, ou presença de sangue na urina, é um achado que merece atenção, mesmo quando o paciente não apresenta sintomas. Em idosos, pode estar associada a diversas causas, variando desde infecções até doenças mais graves, como tumores.
As principais possíveis causas de hematúria são:
- Infecção urinária
- Cálculos (‘pedras”) no trato urinário
- Hipertrofia prostática benigna (próstata aumentada)
- Uso de anticoagulantes (medicações para evitar trombose)
- Neoplasias do trato urinário, condição mais rara.
Quando a hematúria é detectada, o ideal é confirmar sua presença com exame microscópico, além de repetir o exame para descartar contaminação.
Em casos persistentes ou com sinais de alarme, como dor lombar, emagrecimento ou história de tabagismo, é necessário aprofundar a investigação com exames.
O acompanhamento com urologista pode ser indicado, especialmente em homens acima de 50 anos ou em qualquer paciente com fatores de risco para câncer do trato urinário.
Proteinúria: o que a presença de proteínas pode indicar
A presença de proteínas na urina, conhecida como proteinúria, é outro achado comum em exames de idosos.
Embora em pequenas quantidades possa não ser preocupante, níveis persistentes ou elevados podem sinalizar doenças renais em estágio inicial ou já avançado.
As principais causas de proteinúria incluem:
- Doença renal crônica
- Diabetes mellitus com lesão renal
- Hipertensão arterial não controlada
- Infecções do trato urinário
- Condições transitórias como febre ou desidratação
É importante quantificar a perda de proteínas com exames complementares, como proteinúria de 24 horas ou relação proteína/creatinina urinária em exame isolado (microalbuminúria). Isso ajuda a determinar a gravidade da alteração e o risco de progressão da lesão renal.
Nos idosos, doenças como diabetes e hipertensão são causas frequentes de disfunção renal, sendo a proteinúria um dos primeiros sinais detectáveis.
Por isso, a investigação precoce é fundamental para retardar a evolução da doença e prevenir complicações.
Além disso, medidas como controle rigoroso da pressão arterial, uso adequado de medicamentos e ajuste na dieta podem fazer parte do plano terapêutico, sempre individualizado conforme as necessidades do paciente.
Perguntas Frequentes:
O que significa ter bactéria na urina sem sintomas em idosos?
Isso é chamado de infecção urinária assintomática. Geralmente, não exige tratamento, exceto em casos específicos, como imunossuprimidos, gestantes ou pacientes que farão procedimentos urológicos.
Quando a presença de sangue na urina deve preocupar?
A hematúria pode indicar desde infecção até cálculos urinários ou tumores. Se persistir, ou vier acompanhada de sinais como dor lombar ou emagrecimento, deve ser investigada com mais exames.
A presença de proteínas na urina sempre indica doença?
Não. Pequenas quantidades podem ser transitórias, como em febre ou desidratação. Porém, níveis elevados e persistentes podem sinalizar doenças renais, diabetes ou hipertensão.
Como diferenciar contaminação de uma alteração real no exame de urina?
É importante confirmar a alteração com exame microscópico e, em alguns casos, repetir o exame para descartar erros de coleta ou contaminação.
Qual a importância de investigar alterações no exame de urina em idosos?
Esses achados podem ser sinais iniciais de doenças renais ou do trato urinário. O diagnóstico precoce permite adotar medidas de prevenção, controle e tratamento mais eficazes.