Demência vascular após AVC: impacto na função cognitiva

A demência vascular é uma das principais causas de declínio cognitivo após um AVC, afetando a memória, o raciocínio e a autonomia do paciente. Saiba como lidar com a progressão da doença. Entenda mais sobre esse assunto!

Idosa de cabelos brancos e óculos toca a cabeça com expressão de dificuldade de memória ou concentração.

A demência vascular é um tipo de comprometimento cognitivo causado por problemas no fluxo sanguíneo para o cérebro, geralmente após um acidente vascular cerebral (AVC). 

Essa condição afeta diretamente funções mentais como memória, atenção, linguagem e tomada de decisões, prejudicando a autonomia do paciente.

Após um AVC, a redução da irrigação cerebral pode levar à morte de neurônios em áreas específicas do cérebro, resultando em déficits que variam conforme a extensão e a localização da lesão. 

Neste artigo, abordaremos os principais sintomas cognitivos da demência vascular após AVC, os fatores que influenciam sua evolução e estratégias para o cuidado e manejo desses pacientes. Leia até o final e saiba mais!

Sintomas cognitivos mais comuns após um AVC

Os sintomas cognitivos da demência vascular variam de acordo com a área afetada do cérebro, mas alguns sinais são comuns e costumam aparecer de forma gradual. O comprometimento intelectual interfere significativamente na qualidade de vida.

Os sintomas mais observados incluem:

  • Perda de memória de curto prazo
  • Dificuldade em planejar e organizar tarefas
  • Lentidão no raciocínio e na tomada de decisões
  • Dificuldade de concentração
  • Problemas de linguagem e comunicação

Esses sinais podem surgir logo após o AVC ou evoluir ao longo dos meses seguintes. Muitas vezes, os pacientes apresentam confusão mental em situações cotidianas e dificuldades para executar tarefas simples.

Além disso, é comum haver alterações emocionais, como irritabilidade, apatia ou episódios de depressão, o que agrava ainda mais o quadro clínico.

O diagnóstico envolve exames de imagem como a tomografia e a ressonância magnética, além de avaliações neuropsicológicas para mensurar a extensão dos déficits cognitivos. 

Fatores que influenciam a progressão da demência vascular

A progressão da demência vascular está diretamente ligada à gravidade e à frequência dos eventos cerebrovasculares. Porém, diversos fatores contribuem para acelerar ou retardar a evolução da condição.

Entre os principais fatores estão:

  • Hipertensão arterial não controlada
  • Diabetes mellitus mal manejado
  • Níveis elevados de colesterol
  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool
  • Sedentarismo e obesidade

A idade também é um fator de risco importante, sendo mais comum em pessoas acima dos 65 anos. Além disso, pacientes com histórico familiar de doenças vasculares ou demência têm maior predisposição ao desenvolvimento do quadro.

A adesão ao tratamento medicamentoso e à reabilitação cognitiva e motora pode reduzir significativamente o ritmo da progressão. 

Manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e atividades físicas regulares, também exerce um papel preventivo e de controle importante.

A evolução da demência vascular pode ocorrer de forma estável por um tempo e, repentinamente, piorar após um novo AVC ou evento isquêmico, o que exige acompanhamento constante e multidisciplinar.

Estratégias de cuidado e manejo do paciente com demência vascular

O cuidado com o paciente que apresenta demência vascular requer uma abordagem integrada, que envolve familiares, cuidadores e profissionais de saúde. O objetivo é preservar ao máximo a funcionalidade e a autonomia do indivíduo.

As principais estratégias incluem:

  • Reabilitação cognitiva por meio de exercícios de memória e atenção
  • Fisioterapia e terapia ocupacional para manter a mobilidade
  • Uso de medicações para controle dos sintomas e fatores de risco
  • Apoio psicológico e social para o paciente e seus cuidadores
  • Adaptação do ambiente para segurança e conforto

A comunicação clara e simples é essencial para evitar frustrações e confusões. É importante manter uma rotina estruturada, com horários definidos para alimentação, medicação e atividades diárias, o que ajuda o paciente a se situar no tempo e no espaço.

Participar de grupos de apoio também pode ser benéfico tanto para os pacientes quanto para cuidadores e familiares , promovendo troca de experiências e suporte emocional.

Perguntas Frequentes:

O que é demência vascular?

É um tipo de demência causada por lesões cerebrais decorrentes de AVCs ou doença cerebrovascular.

Como age uma pessoa com demência vascular?

Ela se apresenta com perda da funcionalidade e déficits cognitivos, levando o paciente à dependência. Pode apresentar confusão, perda de memória, dificuldade para tomar decisões e realizar tarefas simples.

Qual a diferença entre demência vascular e Alzheimer?

A demência vascular é causada por problemas circulatórios; o Alzheimer tem origem neurodegenerativa.

Quais são os estágios da demência vascular?

Leve (esquecimentos e desorganização), moderado (dependência parcial) e avançado (perda de autonomia).

Qual exame detecta demência vascular?

Não há um exame específico que diferencia as síndromes demenciais, pois todas são o resultado da perda de funcionalidade e de déficits cognitivos evidenciados em testes neuropsicológicos, porém a história clínica do paciente, associada a exames de tomografia de crânio, ou ressonância magnética de crânio que evidenciam comprometimento neurovascular sugerem fortemente uma síndrome demencial de origem vascular.

Dr. Gabriel Souza
CRM-SP: 162803
RQE: 70.434 - Clínica Médica
Médico formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em Clínica Médica pela mesma insituição.
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