Sintomas de gastrite nervosa: qual a relação com o estresse?

A gastrite nervosa é uma condição comum associada ao estresse emocional e à ansiedade, provocando sintomas como queimação e náusea. A relação entre mente e corpo é intensa, e entender essa conexão é o primeiro passo para melhorar. Entenda mais sobre esse assunto!

Mulher com as mãos sobre o abdômen, demonstrando dor ou desconforto abdominal, com área iluminada em vermelho simbolizando inflamação ou tensão.

A gastrite nervosa, também chamada de dispepsia funcional, é uma condição que provoca sintomas semelhantes aos da gastrite comum, como dor ou queimação no estômago, náuseas e desconforto abdominal, mas sem sinais visíveis de inflamação gástrica em exames. 

Estima-se que uma grande parcela da população sofra com esse problema, especialmente em períodos de estresse e ansiedade. 

Neste artigo, abordaremos o que é a gastrite nervosa e seus sintomas, como o estresse influencia diretamente na saúde gástrica e quais são as estratégias para aliviar esse desconforto. Leia até o final e saiba mais!

O que é gastrite nervosa e como ela se manifesta no organismo

A gastrite nervosa, também conhecida como dispepsia funcional, é uma condição que apresenta sintomas gástricos desconfortáveis, mesmo na ausência de inflamação detectável na mucosa do estômago. 

Embora não cause lesões visíveis, seus efeitos podem ser bastante incômodos e impactar a rotina do paciente.

Entre os principais sintomas da gastrite nervosa, destacam-se:

  • Queimação ou dor na região superior do abdômen;
  • Sensação de estômago cheio ou empachado mesmo com pouca alimentação;
  • Náuseas frequentes;
  • Arrotos e desconforto após as refeições;
  • Estômago “embrulhado” ou tensão abdominal em momentos de ansiedade.

A condição está fortemente associada ao estado emocional da pessoa. Situações de estresse, preocupação excessiva, tensão prolongada e ansiedade podem desencadear ou piorar os sintomas. 

Isso acontece porque o sistema digestivo é sensível à ação de neurotransmissores ligados ao humor e às emoções, como a adrenalina e o cortisol.

Por não haver alterações visíveis em exames como endoscopia, o diagnóstico é clínico e baseado na exclusão de outras doenças gástricas. 

A identificação correta da gastrite nervosa é essencial para que o tratamento não se concentre apenas em medicamentos, mas também em aspectos emocionais e comportamentais do paciente.

A influência do estresse e das emoções nos sintomas gástricos

A ligação entre o estresse e os sintomas gástricos é um campo bem documentado na medicina. 

O sistema gastrointestinal é altamente sensível às emoções, por estar conectado ao sistema nervoso central através do chamado “eixo intestino-cérebro”. Esse elo permite que alterações emocionais afetem diretamente o funcionamento do estômago.

Durante períodos de estresse e ansiedade, o corpo libera substâncias como cortisol e adrenalina, que alteram o fluxo sanguíneo, reduzem a produção de muco protetor no estômago e aumentam a acidez gástrica. 

Essas mudanças fisiológicas favorecem a manifestação de sintomas semelhantes aos da gastrite.

Os impactos emocionais mais comuns nos sintomas gástricos incluem:

  • Estímulo da produção de ácido estomacal, causando queimação;
  • Diminuição do apetite ou compulsão alimentar;
  • Sensação constante de estômago “preso” ou dolorido;
  • Cólica abdominal associada a tensão.

Além disso, fatores emocionais crônicos, como preocupações constantes, trabalho excessivo e falta de autocuidado, contribuem para a recorrência dos sintomas. 

A gastrite nervosa, portanto, não é apenas um problema digestivo, mas também emocional. O entendimento dessa relação é essencial para que o tratamento vá além do uso de medicamentos, englobando também o equilíbrio mental e comportamental do paciente.

Maneiras de aliviar a gastrite nervosa: hábitos, alimentação e apoio emocional

O alívio da gastrite nervosa depende de uma abordagem integrada, que envolva tanto o cuidado físico quanto emocional. 

Como os sintomas estão relacionados ao estresse e ao estado mental, é fundamental adotar mudanças no estilo de vida e buscar o equilíbrio entre corpo e mente.

Algumas estratégias eficazes incluem:

  • Alimentação equilibrada, com refeições leves e regulares;
  • Evitar alimentos gordurosos, frituras, cafeína e bebidas alcoólicas;
  • Prática de atividade física regular, que ajuda na liberação de endorfinas;
  • Técnicas de relaxamento como meditação, respiração consciente e yoga;
  • Terapia psicológica, especialmente em casos de ansiedade persistente;
  • Manter uma rotina de sono adequada.

O suporte emocional é um dos pilares do tratamento. Conversar com um psicólogo, praticar o autoconhecimento e reduzir o ritmo de vida são atitudes que fazem diferença na evolução do quadro.

Também é importante buscar momentos de prazer e lazer no dia a dia, ajudando a neutralizar os efeitos do estresse.

Em casos mais intensos, o uso de medicamentos pode ser necessário para aliviar sintomas como queimação ou náuseas, mas sempre com acompanhamento médico. 

A gastrite nervosa pode ser controlada de forma eficiente quando o tratamento considera o paciente como um todo, e não apenas os sinais físicos da doença.

Dr. Gabriel Souza
CRM-SP: 162803
RQE: 70.434 - Clínica Médica
Médico formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em Clínica Médica pela mesma insituição.
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